terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Carta a um irmão, pode ser você também


Amado irmão,
Você re-encaminhou-me a mensagem que te devolvo.
Você mesmo não fez nenhum comentário e eu sei por que,
porque a frase que veio no corpo do e-mail:
“Pura realidade” é uma de suas expressões idiomáticas
preferidas.

Eu até consigo vê-lo falando-a.

Mas, por detrás desta frase repetida enfaticamente por você,
existe, hoje, não posso falar sobre o ontem, nowadays, é a palavra
em inglês que me ajuda neste caso, portanto re-escrevendo a
sentença para não perder o fio da meada:
nowadays a descrença tomou o seu coração de uma tal maneira
que nem você mesmo consegue perceber.

E como defesa deste meu pensar alego que:
quando a dor, principalmente a de ver seu filho
sofrendo e com razão, é óbvio, mareja seus
olhos de lágrimas e você as contem peremptoriamente
em público, também com razão, é claro, até para não
constranger os outros, o que é digno, infelizmente
percebo, logo a seguir, a amargura da descrença.

Isto, inclusive aconteceu, de novo, no domingo
próximo passado no restaurante em que jantávamos.

E esta amargura da descrença está no cerne da questão.
Entregue-se a D’us como possa nunca ter feito,
isto não é dizer que você nunca creu,
é dizer-te que contra esta multiplicação:
amargura x descrença
só existe uma fórmula de proporção igual e contrária:
é utopia x crença.

Entregue-se a D’us como um menino de seis anos o faria.

Por que seis anos?

Porque aos seis anos o ser humano já é um indivíduo
com seu caráter formado, mas ainda não se envergonha
de correr para os braços do pai.

Corra para os braços D’Ele,
tropece no passo anterior a Ele e
precipite-se em Seu colo, desarmado, Ele é poderoso, e
precipite-se em Seu colo, impotente, Ele é onipotente,
e colha os frutos desta entrega.

Eu quero ser testemunha ocular desta história
para Honra e Glória do Senhor.

Seu irmão em todos os momentos.